quinta-feira, 26 de maio de 2011

Minimamente Feliz




A felicidade é a soma das pequenas felicidades. Li essa frase num outdoor em Paris e soube, naquele momento, que meu conceito de felicidade tinha acabado de mudar. Eu já suspeitava que a felicidade com letras maiúsculas não existia, mas dava a ela o benefício da dúvida.
Afinal, desde que nos entendemos por gente aprendemos a sonhar com essa felicidade no superlativo. Mas ali, vendo aquele outdoor estrategicamente colocado no meio do meu caminho (que de certa forma coincidia com o meio da minha trajetória de vida), tive certeza de que a felicidade, ao contrário do que nos ensinaram os contos de fadas e os filmes de Hollywood, não é um estado mágico e duradouro.
Na vida real, o que existe é uma felicidade homeopática, distribuída em conta-gotas. Um pôr-de-sol aqui, um beijo ali, uma xícara de café recém-coado, um livro que a gente não consegue fechar, um homem que nos faz sonhar, uma amiga que nos faz rir. São situações e momentos que vamos empilhando com o cuidado e a delicadeza que merecem alegrias de pequeno e médio porte e até grandes (ainda que fugazes) alegrias.
'Eu contabilizo tudo de bom que me aparece', sou adepta da felicidade homeopática. 'Se o zíper daquele vestido que eu adoro volta a fechar (ufa!) ou se pego um congestionamento muito menor do que eu esperava, tenho consciência de que são momentos defelicidade e vivo cada segundo.
Alguns crescem esperando a felicidade com maiúsculas e na primeira pessoa do plural: 'Eu me imaginava sempre com um homem lindo do lado, dizendo que me amava e me levando pra lugares mágicos Agora, se descobre que dá pra ser feliz no singular: 'Quando estou na estrada dirigindo e ouvindo as músicas que eu amo, é um momento de pura felicidade. Olho a paisagem, canto, sinto um bem-estar indescritível'. Uma empresária que conheci recentemente me contou que estava falando e rindo sozinha quando o marido chegou em casa. Assustado, ele perguntou com quem ela estava conversando: 'Comigo mesma', respondeu. 'Adoro conversar com pessoas inteligentes'.
Criada para viver grandes momentos, grandes amores e aquela felicidade dos filmes, a empresária trocou os roteiros fantasiosos por prazeres mais simples e aprendeu duas lições básicas: que podemos viver momentos ótimos mesmo não estando acompanhadas e que não tem sentido esperar até que um fato mágico nos faça felizes.
                        Esperar para ser feliz, aliás, é um esporte que abandonei há tempos. E faz parte da minha 'dieta de felicidade' o uso moderadíssimo da palavra 'quando'.
Aquela história de 'quando eu ganhar na Mega Sena', 'quando eu me casar', 'quando tiver filhos', 'quando meus filhos crescerem', 'quando eu tiver um emprego fabuloso' ou 'quando encontrar um homem que me mereça', tudo isso serve apenas para nos distrair e nos fazer esquecer da felicidade de hoje. Esperar o príncipe encantado, por exemplo, tem coisa mais sem sentido? Mesmo porque quasesempre os súditos são mais interessantes do que os príncipes; ou você acha que a Camilla Parker-Bowles está mais bem servida do que a Victoria Beckham? Como tantos já disseram tantas vezes, aproveitem o momento, amigos. E quem for ruim de contas recorra à calculadora para ir somando as pequenas felicidades.
Podem até dizer que nos falta ambição, que essa soma de pequenas alegrias é uma operação matemática muito modesta para os nossos tempos. Que digam.
Melhor ser minimamente feliz várias vezes por dia do que viver eternamente em compasso de espera.


Leila Ferreira, jornalista

quarta-feira, 18 de maio de 2011

Amor Incondicional do grego - “ἀγάπη”, do latim –“agapē”



Ágape é uma palavra de origem grega que significa o amor divino. O amor de Deus pelos seus filhos. E ainda o amor que as pessoas sentem umas pelas outras inspiradas por esse amor divino.

Este tipo de amor desenvolve o aspecto de incondicional, pois é independente de qualquer reciprocidade. O amor divino procede do coração de Deus, é amor eterno, imutável, incomparável, perfeito. Deus é a perfeição desse amor. Esse “amor” não implica em um sentimento como nos demais, mas sim, numa atitude e comportamento diferenciado. Está associado há um bom relacionamento social e intelectual, psicológico e espiritual.       

O amor agapē é o espírito no coração que nunca procurará outra coisa senão o sumo bem do seu próximo. Não se importa com o tratamento que recebe do seu próximo, nem com a natureza dele; não se importa com a atitude do próximo para com ele, nunca procurará outra coisa a não ser o sumo bem do próximo, o melhor para ele. Agostinho disse a respeito de Deus que Ele ama a todos como se houvesse uma só pessoa para Ele amar; o amor cristão deve modelar-se no amor de Deus.

Às vezes, somos contaminados pelos conceitos e idéias do mundo que nos cerca. A sociedade constantemente confunde paixão romântica com amor. Por exemplo: há canções populares que transmitem a idéia de que amor é algo que duas pessoas sentem quando passam uma noite juntos na cama. Este é o amor tipo "eros", amor sexual. Muitos se casam com base nele. Tal tipo de amor nunca é suficientemente forte para unir um casal em hora de crise. É o amor "ágape" que segura as rédeas e fornece uma base sólida para um casamento feliz.

O amor é uma necessidade emocional e um ato da vontade que responde a uma avaliação intelectual da personalidade total da outra pessoa.

O amor não é simplesmente um sentimento, uma emoção ou um momento de romantismo, mas algo proposital.  Eu tomo uma decisão racional de amar a minha esposa ou marido. Há momentos em que eu não sinto muito amor por ela(ele), não sinto aquele romantismo.

Deus, quando olhou para a humanidade, não ficou emocional ou sentimentalmente comovido. A Palavra nos diz que Ele nos amou primeiro. Não houve nenhuma emoção, mas uma decisão racional. Este tipo de amor possibilita a uma pessoa que já chegou a odiar alguém que volte a amar esse alguém. Ele não está baseado nos sentimentos, mas, numa decisão.

Geralmente o mundo não encara o amor assim. Expressões como: "O amor é cego"; "Amor à primeira vista", não se enquadram na definição bíblica. Em I Coríntios 13.4-7, nós temos uma lista completa das 15 características do amor: "O amor é paciente, é benigno, o amor não arde em ciúmes, não se ufana, não se ensoberbece, não se conduz inconvenientemente, não procura os seus interesses, não se exaspera, não se ressente do mal, não se alegra com a injustiça, mas regozija-se com a verdade, tudo sofre crê, tudo espera, tudo suporta."

Não existe no mundo uma definição melhor do amor verdadeiro do que a definição de Deus.